quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Respeito à liberdade e liberdade com respeito

A maior satisfação de quem escreve é saber que alguém leu o que foi escrito. É estimulante. Do contrário, se o escrito não é lido, qual a sua serventia? Em um blog, é difícil saber se alguém leu. Só há uma forma concreta que confirma a leitura: o comentário. Quando publico uma postagem fico ansioso à espera de um comentário. Normalmente os comentários partem de pessoas amigas e quase sempre são elogiosos, concordantes, amáveis e, consequentemente, agradáveis. Mas há também os comentários críticos, discordantes. Os primeiros são muito bons; estes últimos são ótimos e necessários. Fazem-nos crescer. Buscar a perfeição.
Meus escritos refletem minhas opiniões; o que acho, o que penso sobre determinado tema e todos os leitores têm o direito de concordar ou discordar, afinal, ninguém é dono da verdade.
Uma outra coisa é a interpretação equivocada do que está escrito. E, aí, me é lícito o direito de esclarecer.
Em uma postagem sob o título "Ê! Brasilzim!", publicada em Julho, recebi um comentário recente de um leitor anônimo, que classificaria não de discordante, mas de equivocado. Confesso que fiquei feliz com o comentário posto que fui lido e estou tendo a oportunidade de esclarecer.
Meu caro leitor anônimo, não sei sua orientação sexual nem a sua opinião sobre o uso liberado da maconha mas posso imaginar ambas e, de coração, respeito-as, esteja eu certo ou enganado.
Não sou contra os homossexuais e respeito os usuários de drogas, mesmo porque tenho amigos e até parentes em uma ou outra categoria, e não deixo de admirar suas virtudes nem de respeitá-los como seres humanos, filhos amados do Pai Eterno.
Os gays, as lésbicas, os bissexuais, ou seja qual for a denominação que queiram dar, têm o direito de viver conforme suas preferências desde que respeitem os direitos dos outros, como também os héteros são obrigados a respeitarem os direitos e as particularidades de todos que convivem em sociedade. Quanto à maconha, se a lei vier a permitir o uso livre, terei que aceitar e respeitar a lei, mas continuarei a achar uma lei errada e a lamentar pelo incomensurável mal que isso trará para a nossa sociedade e em especial para os nossos jovens.
Enfim, meu caro anônimo, quis eu referir-me às contradições que vejo em nosso país e não peço a ninguém que concorde comigo. Tantos direitos negados, tantas injustiças, tanta corrupção. Tantas prioridades a serem discutidas e decididas e, no meu ver, nem a liberação da maconha nem o casamento gay estão entre essas prioridades. Isso não é desrespeito aos gays ou a quem quer que seja e sim respeito à maioria do povo brasileiro. Vivemos uma inversão de valores: os devedores têm mais direitos que os bons pagadores; os professores são desrespeitados e agredidos pelos alunos enquanto a sociedade e a própria imprensa, muitas vezes, se posicionam contra os mestres (leia a postagem "Da palmatória à cadeirada" publicada em Março); os policiais são mais fiscalizados do que os bandidos; as leis de trânsito são flagrantemente desrespeitadas e se acusa o governo de "fábrica de multas"; etc.; etc..
Eu aceito que cada um seja o que quiser ser e faça o que tiver vontade de fazer desde que não agrida à sociedade nem à sensibilidade das pessoas e, muito menos, à lei. Mas também tenho o direito de não concordar com o casamento entre pessoas do mesmo sexo; de não concordar com a liberação das drogas e de achar que há prioridades mais urgentes a serem debatidas.
Obrigado pelo comentário. Não deixe de ler. Não deixe de comentar ainda que seja contrário às minhas opiniões.
Constituição Federal

Um comentário:

  1. Olá amigo.

    Continue escrevendo, ainda que comentários não apareçam. Pois a poesia e a escrita literária aparecem quando a alma não comporta o sentimento. Nenhum escritor tem a certeza ou garantia de que sua obra será lida. Não nos pertence isso. A incerteza e a vulnerabilidade também são atributos do guerreiro pacífico. Escreva porque a alma pulsa. Escrevamos todos porque todos respiramos, e sentimos e amamos. Se alguém vai ler ou não, não importa. É como caminhar. Não caminhamos por uma razão exógena, ou para que alguém nos veja caminhando. Caminhamos porque faz parte da nossa essência. Quero te parabenizar pela iniciativa. Se todos escrevessem mais, sobre a vida, sobre tudo, teríamos uma compreensão diferente da vida em comunidade.

    Um grande abraço de alguém que começa a trilhar o caminho da escrita.

    Edson Bastos

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