sexta-feira, 21 de maio de 2010

Atire a primeira pedra...

Estou de volta.

Estive afastado por motivos superiores e diversos mas estou retornando e retorno com um tema sugerido por uma leitora e amiga, que muito me incentiva e divulga esse meu Bloguinho.

Somos seres naturalmente defeituosos e insistimos em detectar, mensurar e condenar os defeitos alheios. Os nossos são, quando não despercebidos, plenamente justificáveis.

Nossa meta é (ou deveria ser) a busca da perfeição. Buscar atingi-la já é o tudo posto que alcançá-la é impossível.

O direito nos ensina que quem pode o mais pode o menos. Quem pode fazer grandes coisas, com facilidade fará as coisas miúdas. A sagrada escritura nos ensina que quem é fiel nas pequenas coisas, saberá ser fiel nas grandes e, ao contrário, quem não guardar fidelidade nas coisas simples, nunca poderá ser confiável nas coisas mais complexas.

Assim, a mentira, a desonestidade, a infidelidade, a corrupção, devem ser condenadas pelo mal que guardam em si mesmas e não pelo tamanho que possam representar nem pela extensão das conseqüências que venham a dar causa.

Se nos acostumamos a nos perdoarmos pelas pequenas falhas, já que pouco representam e têm conseqüências insignificantes que em nada e a ninguém prejudicam de forma grave, vamos como que afrouxando nossa consciência e acabamos por acreditar que nada é pecado, salvo os grandes crimes praticados por facínoras, sem nenhum escrúpulo. Se não matei, se não assaltei, se não estuprei,... já estou no céu por que o resto é bobagem.

Esqueço que não respeitei a faixa de pedestre, que embolsei o pequeno troco a mais que o garçom, atrapalhado, me passou, que levei da Empresa onde trabalho uma caneta para meu filho usar na escola, que dei dez reais ao “guardinha” para que ele fechasse os olhos à minha pequena infração, que comprei CD’s e DVD’s piratas, que etc., etc., etc..

O evangelho nos relata a história da mulher adúltera que, pelas leis da época, deveria ser apedrejada até a morte. Levam-na até Jesus para pô-lo à prova. “Mestre, esta mulher é adúltera. Devemos apedrejá-la?” Se Ele dissesse não, estaria contrariando a lei judaica; se dissesse sim estaria se contradizendo nos seus ensinamentos de perdão e misericórdia. Então, em sua divina sabedoria, Ele fala: “Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra”. E conclui o Sagrado Livro: Foram saindo um a um começando pelos mais velhos.

A mulher não foi apedrejada certamente porque as pessoas se reconheceram como pecadoras, com pecados semelhantes ou diversos, mas pecadoras. Ela foi dispensada com a absolvição mas com o compromisso de mudança. - Vai e não tornes a pecar. (João 8,3-11)

No mundo de hoje não sei se a pobre mulher estaria livre das pedradas. Muitos dos presentes até poderiam se reconhecer pecadores mas, com certeza seus pecados seriam mais brandos e mais perdoáveis que o imperdoável adultério cometido pala mulher (até por ser mulher).

Devemos buscar a perfeição começando pelas pequenas coisas. O direito preferencial dos idosos e deficientes não deveria ser uma imposição legal mas uma questão educacional. Hoje, fala-se muito em buscar os direitos mas esquecemos dos deveres. Sempre ensinamos aos jovens, aos nossos filhos, que não podemos nem devemos abrir mão de nossos direitos mas nem sempre mostramos os deveres. A sociedade, os meios de comunicação agem nesta mesma linha. Cidadania virou sinônimo de ter direitos. E os deveres? Já vi muitos pais recomendarem às crianças quando saem às ruas: Cuidado com os carros! Nunca vi os pais recomendarem aos jovens quando saem de carro: Cuidado com os pedestres!

Sempre reconhecemos os defeitos, os crimes, as falhas dos outros. Os políticos são os mais atingidos hoje em dia. Longe de mim defendê-los. Embora ainda acreditando na existência de bons exemplares nessa casta, não é meu objetivo direcionar-me a ela neste texto.

Aperfeiçoemo-nos. Sejamos cada vez melhores. Comecemos pelas pequenas coisas e, quiçá, alcancemos as médias, pois as grandes ficarão para depois, para quando do nosso grande encontro com a própria Perfeição.

Concluo com uma relação de tópicos que me foi enviada pela a minha leitora amiga, inicialmente mencionada, cuja autoria desconheço, mas que converge para o raciocínio aqui expresso.

Se o leitor se identificar com algum desses tópicos, não se preocupe. Busque a mudança, siga em paz e não torne a cometer o mesmo erro.

Geraldo Souza
Maio/2010

O Brasileiro é assim:

1. Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.

2. Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.

3. Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.

4. Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, dentadura.

5. Fala no celular enquanto dirige.

6. Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.

7. Para em filas duplas, triplas em frente às escolas.

8. Viola a lei do silêncio.

9. Dirige após consumir bebida alcoólica.

10. Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.

11. Espalha mesas, churrasqueira nas calçadas.

12. Pega atestados médicos sem estar doente, só para faltar ao trabalho.

13. Faz “gato” de luz, de água e de TV a cabo.

14. Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.

15. Compra recibo para abater na declaração do imposto de renda, para pagar menos imposto.

16. Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.

17. Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10 pede nota fiscal de 20.

18. Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.

19. Estaciona em vagas exclusivas para deficientes.

20. Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado.

21. Compra produtos pirata com a plena consciência de que são pirata.

22. Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.

23. Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem.

24. Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.

25. Freqüenta os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.

26. Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos como clipes, envelopes, canetas, lápis.... como se isso não fosse roubo.

27. Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe da empresa onde trabalha.

28. Falsifica tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado.

29. Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem.

30. Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve.

E quer que os políticos sejam honestos...

Esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo ou não? Brasileiro reclama de quê, afinal?

Vamos dar o bom exemplo!

Espalhe essa idéia!

"Fala-se tanto da necessidade de deixar um planeta melhor para os nossos filhos e esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores (educados, honestos, dignos, éticos, responsáveis) para o nosso planeta, através dos nossos exemplos..."