terça-feira, 22 de setembro de 2009

Onde andam nossos heróis???

Faz tempo que não se ouve mais falar em heróis ou mártires. Só nos livros de história (e velhos) encontramos figuras que dedicaram suas vidas a uma causa, a um povo, à pátria.

Figuras como Tiradentes, o Joaquim José a quem, ouve-se dizer, até negam a proeza, mas não se pode negar o orgulho que deve ter um povo de possuir em seus anais tão majestoso herói cuja estampa lembra Jesus Cristo, o Redentor da humanidade para tantas nações crentes.
Outros, não martirizados, que suscitavam grande respeito e admiração pela postura com que se destacaram diante da Nação, dedicando-se integralmente a ela, honrando-a e defendendo-a. Figuras como Pedro I, de vida particular e amorosa atribulada mas que amou e defendeu a pátria que adotou como sua; como Pedro II que nos governou por 50 anos, homem de caráter inabalável; como José Bonifácio, como a Princesa Isabel – a Redentora – e tantas outras.
Em épocas mais recentes salientamos o Presidente (ditador) Getúlio Vargas que deixou legados como as leis trabalhistas e o salário mínimo (porém digno) e tirou a própria vida por motivos que, se não sabemos ao certo, podemos construí-los em nossas mentes, das mais variadas formas, mas nunca alicerçados em motivos espúrios.
Há, ainda, os “do contra” como Zumbi, Lampião, Conselheiro, e tantos outros que se rebelaram contra os padrões estabelecidos e impostos, lutando por ideais firmes que os levaram à morte.
De uns tempos para cá, nossos heróis e nossos mártires foram ficando para trás não só no tempo mas também nos livros e em nossas próprias mentes. E o que é pior, seus espaços foram ficando vazios; não surge ninguém com capacidade para substituí-los. Sobre eles, por vezes, a discussão é inócua: Tiradentes tinha ou não barbas longas? D. Pedro I era ou não mulherengo? Gostava ou não da Imperatriz? D. João VI comia muito frango e não gostava de tomar banho? E assim por diante.
E os nossos homens públicos atuais? Coitados. Cada um cuidando de si próprio e de seus próprios interesses. Seus ideais são limitados. Restringem-se aos interesses de suas empresas ou das empresas daqueles que lhes patrocinaram a campanha. São hipócritas. Com a mesma mão que afaga o pobre, lhe usurpa o dinheiro que lhe caberia, por direito, através de obras de caráter social. São heróis às avessas. Desacreditados, criticados, satirizados, escarnecidos. Mas têm sempre nas mãos o condão que os mantém no poder. São verdadeiros magos. Têm sempre uma carta na manga. Nunca perdem; mudam de partido e até de ideal como trocam de paletó. Ao invés de mártires, algozes. Ao invés de heróis, bandidos.
Que a nossa geração e as gerações futuras amem esta Pátria como dantes foi amada; que não a veja através da mancha escura dos nossos homens públicos de hoje, mas através de um sol de raios fúlgidos que ilumina os nossos anseios de liberdade e de soberania. Que das gerações presentes surjam novos heróis, e até mártires, cujas vidas sejam dedicadas à edificação de uma nova pátria, cada vez mais digna do orgulho de seu povo.
Pátria amada. Salve! Salve!

Geraldo Freitas Souza
Setembro/2009

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